segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Os dez melhores de sempre

Inspirado pela lista, recém publicada pela revista inglesa Sight & Sound, com os "melhores filmes de sempre" (que comentei aqui) e pelo desafio que o Samuel do Keyzer Soze's Place colocou aos seus leitores, elaborei um top 10 da minha autoria, onde constam, posso dizê-lo, os dez filmes que moldaram a minha cinefilia. O problema com as listas é o de termos de conviver com as ausências imperdoáveis, no caso, o critério foi muito pessoal, quase autobiográfico.

1. "2001: A Space Odyssey" (1969) de Stanley Kubrick


Aqui aprendi a pensar com imagens e percebi que, no cinema (como na vida), o mistério pode nunca acabar (= a minha primeira grande noção de infinito).

2. "Citizen Kane" (1941) de Orson Welles


Aqui percebi o que podia ser a grandeza do classicismo norte-americano e, logo a seguir, a loucura de um génio que o celebrou ao mesmo tempo que o dinamitou por dentro.

3. "North by Northwest" (1959) de Alfred Hitchcock


Aqui deixei-me levar pela aventura de um "homem errado" e desejei que esta nunca acabasse.

4. "Raging Bull" (1980) de Martin Scorsese


Aqui aprendi a ver tragédia e bailado a partir de um palco só: um ringue de boxe, mais especificamente.

5. "Monsieur Verdoux" (1947) de Charles Chaplin


Aqui percebi que há mais vida para lá dos clássicos maiores de Chaplin; logo, aprendi a amar a descoberta cinéfila.

6. "El espíritu de la colmena" (1973) de Victor Erice


Aqui voltei a ouvir e a ver como uma criança e apercebi-me do papel que o silêncio e a paisagem podem desempenhar sobre as imagens. 

7. "Assault on Precinct 13" (1976) de John Carpenter


Aqui aprendi a relacionar e a ler cinema, para descobrir, por exemplo, que por trás de uma coisa (o thriller urbano de cerco) pode estar outra (um western de cerco hawskiano).

8. "Bringing Up Baby" (1938) de Howard Hawks


Aqui desfiz um preconceito que me perseguia: é que a comédia não é mesmo nada um "género menor".

9. "Mon Oncle" (1958) de Jacques Tati


Aqui encontrei as figuras, os ritmos e as distracções que, ainda hoje, alimentam o meu (resistente!) imaginário de infância (uma infância idealizada, claro está).

10. "Ivan, o Terrível Parte I e II" (1944-1958) de Serguei M. Eisenstein


Aqui sim, verdadeiramente, percebi como se pode "escrever História com luz" (a frase é de Woodrow Wilson a propósito do moralmente deplorável "The Birth of a Nation" de D.W. Griffith).


Reendereço o desafio a todos os bloggers de cinema (e não só!) que passem por este cantinho.

Sem comentários:

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...